segunda-feira, 12 de março de 2012

O que é Cloud Computing (Computação nas Nuvens)?

Com a Cloud Computing, muitos aplicativos, assim como arquivos e outros dados relacionados, não precisam mais estar instalados ou armazenados no computador do usuário ou em um servidor próximo. Este conteúdo passa a ficar disponível nas "nuvens", isto é, na internet. 
Ao fornecedor da aplicação cabe todas as tarefas de desenvolvimento, armazenamento, manutenção, atualização, backup, escalonamento, etc. O usuário não precisa se preocupar com nada disso, apenas com acessar e utilizar.




Um pouco de história



Computação nas Nuvens não é um conceito claramente definido. Não se trata, por exemplo, de uma tecnologia pronta que saiu dos laboratórios pelas mãos de um grupo de pesquisadores e posteriormente foi disponibilizada no mercado. Esta característica faz com que seja difícil identificar com precisão a sua origem. Mas há alguns indícios bastante interessantes.


Um deles remete ao trabalho desenvolvido por John McCarthy. Falecido em outubro de 2011, o pesquisador foi um dos principais nomes por trás da criação do que conhecemos como inteligência artificial, com destaque para a linguagem Lisp, até hoje aplicada em projetos que utilizam tal conceito.
John McCarthy - Imagem por Wikipedia


Além deste trabalho, no início da década de 1960, John McCarthy tratou de uma ideia bastante importante: computação por tempo compartilhado (time sharing), onde um computador pode ser utilizado simultaneamente por dois ou mais usuários para a realização de determinadas tarefas, aproveitando especialmente o intervalo de tempo ocioso entre cada processo.

Perceba que, desta forma, é possível aproveitar melhor o computador (na época, um dispositivo muito caro) e diminuir gastos, uma vez que o usuário somente paga, por exemplo, pelo tempo de uso do equipamento. É, de certa forma, uma ideia presente na Computação nas Nuvens.

Quase que na mesma época, o físico Joseph Carl Robnett Licklider entrou para a história ao ser um dos pioneiros da internet. Isso porque, ao fazer parte da ARPA (Advanced Research Projects Agency), lidou com a tarefa de encontrar outras utilidades para o computador que não fosse apenas a de ser uma "poderosa calculadora".

Nesta missão, Licklider acabou sendo um  dos primeiros a entender que os computadores poderiam ser usados de maneira conectada, de forma a permitir comunicação de maneira global e, consequentemente, o compartilhamento de dados. Seu trabalho determinou a criação da Intergalactic Computer Network, que posteriormente deu origem à ARPANET, que por sua vez "abriu as portas" para a internet.

Embora possamos associar várias tecnologias, conceitos e pesquisadores ao assunto, ao juntarmos os trabalhos de John McCarthy e J.C.R. Licklider podemos ter uma grande ajuda na tarefa de compreender a origem e a evolução da Cloud Computing.

Por que uma nuvem?


Ao consultar livros de redes, telecomunicações e afins, pode-se perceber que o desenho de uma nuvem é utilizado para fins de abstração. Neste sentido, a nuvem representa uma rede de algum tipo cuja estrutura não precisa ser conhecida, pelo menos não naquele momento.


Por exemplo, se a ideia é a de explicar como funciona uma tecnologia de comunicação que interliga duas redes de computadores, não é necessário detalhar as características de cada uma. Assim, pode-se utilizar uma nuvem para indicar que há redes ali.


A Computação nas Nuvens simplesmente absorveu esta ideia, mesmo porque o desenho de uma nuvem, seguindo a ideia da abstração, passou também a representar a internet.



Algumas características da Cloud Computing

Um exemplo prático desta nova realidade é o Google Docs, serviço onde os usuários podem editar textos, fazer planilhas, elaborar apresentações de slides, armazenar arquivos, entre outros, tudo pela internet, sem necessidade de ter programas como Microsoft Office ou OpenOffice.org instalados em suas máquinas. O que o usuário precisa fazer é apenas abrir o navegador de internet e acessar o endereço do Google Docs para começar a trabalhar, não importando qual o sistema operacional ou o computador utilizado para esse fim. Neste caso, o único cuidado que o usuário deve ter é o de utilizar um navegador de internet compatível, o que é o caso da maioria dos browsers da atualidade.


Exemplos de aplicações em Cloud Computing

Os termos Cloud Computing e Computação nas Nuvens são relativamente recentes, como você já sabe, mas se analisarmos bem, veremos que a ideia não é, necessariamente, nova. Serviços de e-mail, como Gmail e Yahoo! Mail; discos virtuais na internet, como Dropbox; sites de armazenamento e compartilhamento de fotos ou vídeos, como Flickr e YouTube. Todos são exemplos de aplicações que, de certa forma, estão dentro do conceito de Computação nas Nuvens. Note que todos estes serviços não são executados no computador do usuário, mas este pode acessá-los de qualquer lugar, muitas vezes sem necessidade de instalar aplicativos em sua máquina ou de pagar licenças de software. No máximo, paga-se um valor periódico pelo uso do serviço ou pela contratação de recursos adicionais, como maior capacidade de armazenamento de dados, por exemplo.

Os riscos da Cloud Computing

Armazenar arquivos na nuvem já é uma prática comum entre usuários da web. Serviços como Dropbox, por exemplo, permitem guardar documentos, fotos e outros dados para serem acessados de qualquer lugar com conexão à internet. Assim, começar a editar um documento do Word em casa e levá-lo para o trabalho tornou-se mais simples: basta enviar para um servidor e acessá-lo na empresa sem precisar andar com pen drives de um lado para o outro.  

Em janeiro, quando o Megaupload foi fechado por autoridades dos Estados Unidos, muitos usuários se sentiram prejudicados. Não pelo fato de que arquivos protegidos por direitos autorais foram tirados da rede, e sim porque o serviço também era usado para guardar informações legais dos usuários, mais ou menos como no Dropbox. De uma hora para outra, milhões de documentos e fotos foram perdidos quando o acesso ao Megaupload foi interrompido, e, assim, uma opção de armazenamento na nuvem foi perdida. 

Esse acontecimento levantou uma questão: quão seguros estão os arquivos guardados na nuvem? Existe alguma garantia de que eles não serão perdidos ou, se o serviço de nuvem for tirado do ar, como usuários podem fazer para recuperar o que guardaram? 

Por mais que sites e servidores possam ser fechados, a nuvem dificilmente é prejudicada. "A nuvem, como a internet, não é um sistema único dependente de uma conexão. Toda a nuvem desaparecer é praticamente impossível", disse Rik Ferguson, da Trend Micro, para a BBC.

É possível um servidor único falhar, mas, segundo Ferguson, as grandes empresas de computação em nuvem contam com planos para possíveis desastres. "Grandes corporações têm planos de backup para casos de enchentes, terremotos e outros desastres naturais", afirma. Assim, por mais que um servidor seja prejudicado, os arquivos armazenados nele estão em outros lugares, evitando assim que os usuários percam seus dados. 

Outra preocupação é em relação à segurança da nuvem. Nem todos sentem confiança na hora de deixar arquivos importantes com informações pessoais armazenados em um lugar que eles não sabem exatamente onde é, apesar de saberem como acessá-los com facilidade. Jay Heiser, do Gartner, diz que o maior risco não é a confidencialidade, e sim a possibilidade de perder dados. "Se você confia em um provedor único, precisa de evidências de que eles estão guardando seus dados offline", diz. 

"Minha recomendação é fazer uma segunda cópia dos seus arquivos em outro lugar", continua Heise. Ele também diz que é uma boa ideia guardar os dados no seu próprio computador, por exemplo, para evitar a perda de dados importantes.

Saiba mais sobre o assunto nas páginas que serviram de referência para este texto:
- en.wikipedia.org/wiki/Cloud_computing;
- videos.techielife.com/what-is-cloud-computing/video-online/2008/11/13 (vídeo);
- knowledge.wpcarey.asu.edu/article.cfm?articleid=1614.
- olhardigital.uol.com.br/negocios/cloud-virtualizacao/noticias/os-riscos-da-cloud-computing



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